Nova página - Escultura

     Hoje estou inaugurando uma nova página para mostrar minhas esculturas.

Cabeça de leão-40 cm x32 cm

    

     Esta obra foi minha primeira escultura, o clássico leão de fonte, modelado com argila branca em 2002, de maneira autodidata, a partir de fotos. Infelizmente, rachou na queima e anos mais tarde tirei outra versão no molde, melhorada, também em argila. Optei pela pintura a frio, para tentar reproduzir o aspecto do verdete (azinhavre)  das esculturas no tempo. Foi pintado com tinta acrílica e pós metálicos, com técnica própria, e coberta com uma mão de resina para pedras, para impermeabilizar. Esta peça está no tempo há mais ou menos cinco anos e não mostrou deterioração.

Esmaltação do vaso

     Esta é a foto da peça, terminada a pintura e assinada no fundo.

   

O vaso, então passa a ser esmaltado.

  

      Começo a esmaltação pela parte do gargalo, voltada para baixo, para ter mais acesso com o pincel. Usa-se pincel leque, que absorve bastante esmalte e espalha sem riscar o que está por baixo. É preciso muita leveza e cuidado nessa primeira mão, ao passar sobre o preto, pois tem o inconveniente de borrar se for puxado.

     Após secar bem a primeira mão (podendo usar secador manual), é passada a segunda mão, numa direção levemente diagonal, para dar mais unidade e cobrir bem.

     Aqui termina o trabalho do artista e entra a mão do fogo. Nas ditas "artes do fogo",  porcelana, cerâmica e vidro, o resultado do forno é uma incógnita, mesmo para os ceramistas mais experientes. Depois de cozida, uma peça sempre será uma surpresa, para a alegria ou o desgosto. Vamos aguardar juntos para ver!

Pintura do passarinho

Nesta peça também é preciso passar duas mãos de maiólica, antes de pintar, como visto acima.

Depois começa-se a pintura das cores escolhidas. Também aqui é preciso passar duas mãos, para que fiquem bem compactas. Estou usando tintas CN (Duncan) e SC (Mayco), ambas importadas.

Banho de esmalte

    Antes de fazer a esmaltação do vaso por fora, é preciso dar um banho de esmalte por dentro, para impermeabilizar. Isso não pode ser feito com pincel por causa do difícil acesso a todas as partes. O esmalte para banho deve ser sempre mais líquido, para correr bem.
     No primeiro segmento, mostro a preparação mais ou menos a olho. A quantidade de água não deve ser muita, apenas o suficiente para fluir bem e não ficar grosso.
     No segundo segmento, o esmalte é vertido na peça, de uma vez, e rolado por todos os lados, para atingir todos os cantos das paredes.
     O excesso é devolvido ao pote.
     O vaso foi envolto em filme transparente para evitar tocar na pintura terminada. Na realidade, o banho deve ser feito antes de pintar a peça, mas por causa da dificuldade de obter o produto na época, comecei primeiro a pintura.

Pintando as margaridas

      Depois de passada a segunda mão do azul turquesa no fundo, começo a pintar os relevos. Para salientar a flor branca foi passada uma aguada leve de marrom nos interstícios e toda tinta que porventura escapa é corrigida depois com lápis-borracha. As pétalas são pintadas uma a uma com tinta SC da marca Mayco, também duas mãos bem passadas. Para o miolo usou-se um tom de amarelo queimado no geral e uma leve passada com amarelo claro na zona onde deve bater a luz. Para os caules foram usados dois tons de verde, um mais claro na parte superior onde deve bater a luz e outro mais escuro na parte inferior, teoricamente na sombra. Tudo é emparelhado com o pincel levemente molhado. Esta é uma pintura muito demorada devido aos detalhes e às reentrâncias da peça modelada.

Villa Magia

Villa Magia -70cmx60cm

     Comecei esta tela como uma homenagem à minha querida Itália, no momento em que a pandemia mais a assolava. Acabei terminando antes que ela passasse.
    Que fique um testemunho da beleza desse país, num dos terraços da ensolarada Positano.

Os filetes do vaso

     A parte mais difícil deste tipo de pintura são os filetes ou frisos em torno, com tinta escura. O pincel deve ficar imóvel e só o torno faz o movimento da peça para que a tinta corra e fique reta.    
     No primeiro segmento, o vaso foi colocado de boca abaixo para ser mais fácil o acesso do pincel, longo e bem carregado de tinta.
     No segundo segmento, é possível ver melhor a posição do pincel e o movimento do torno.
     Como estas peças nem sempre são simetricamente perfeitas, às vezes o traço não fica  perfeito, e tudo deve ser acertado depois, com borracha ou repasse nas partes falhas.

Recanto de verão

Recanto de verão- 60cmx70cm

     Imagine um recanto, onde a luz se filtra pelas folhas de uma trepadeira e um banco convida à leitura, a uma água fresca, ou simplesmente a ouvir o chilreado dos passarinhos, numa tarde de verão. Esta tela foi criada no começo do ano, para eternizar lugares assim. Acervo artista.

Início da pintura

     Depois de passadas duas mãos de maiólica sobre o vaso, começo a pintura com a cor de fundo, que vai ser um azul esverdeado (CN 142 da marca Duncan). A tinta deve ser bem passada para cobrir bem, pois as peças modeladas à mão geralmente tem imperfeições. O tom aqui é bem pastel, como sai do frasco, mas depois de esmaltado e queimado revela-se todo o seu brilho e cor. Os pincéis usados (abaixo)  são: chato arredondado da marca Duncan e de marta, marca Condor (nacional).

Cavalgando entre lavandas

Cavalgando entre lavandas - 70cmx 60cm

                    

   Um dos lugares que amei conhecer foi a região da Provence, ao sul da França, com suas características lavandas e "villages" com românticas janelas azuis. Esta tela foi pintada há alguns anos, mas recentemente com a retomada do óleo, resolvi colocar uma figura humana para deixar um pouco mais calorosa, já que o lilás predominante é uma cor fria.

Maiólica sobre cerâmica vermelha

   Para pintar sobre a cerâmica vermelha com as tintas que uso é preciso antes passar duas mãos de maiólica sobre a peça, para que as cores fiquem em seu tom verdadeiro e não esmaeçam. A técnica da maiólica (ou majólica ) é conhecida desde os tempos antigos para recobrir os vasos e pratos de cerâmica, que depois eram pintados com cores alegres. Sua composição levava chumbo ou estanho.  Originou-se provavelmente na ilha de Mallorca e foi introduzida na Espanha e na Itália principalmente, onde foram produzidas peças maravilhosas no Renascimento.

Como transformar uma tela grande num díptico

Fim de tarde em Ibiza -70cm x 1,30cm 

 
Muitas vezes uma tela acaba ficando cansativa ou não se adapta a um novo local. Resolvi transformar a tela acima em duas composições distintas. A tela foi cortada ao meio e passada uma barra de cerca de 2 cm de gesso acrílico sobre a parte pintada que ficaria na nova moldura. Na parte esquerda se optou por colocar uma janela, ao invés das duas portas originais do terraço, com as características venezianas verdes da região. As sombras também foram suavizadas para ficar em sintonia com a luz esfumada da tela da direita.
A pintura sobre motivo subjacente se chama "pentimento" e foi usada muitas vezes pelos grandes mestres para apagar algum desenho ou corrigir algo não satisfatório. As duas telas podem ser colocadas lado a lado como um díptico, ou mesmo em ambientes diferentes. Acervo pessoal.

Ibiza 1- 70cmx62 cm

Ibiza 2- 70cm x 62 cm

 

 

Meus passarinhos saíram do forno

Estes passarinhos foram modelados segundo o método da ceramista Darly Pellegrini, mas em argila vermelha  de queima mais baixa que  se adapta às tintas que uso. As incisões foram feitas com carimbos de rolar, com desenhos aleatórios. Vão ser pintados em cores alegres para ser colocados em jardim ou mesmo dentro de casa. Podem ser apoiados diretamente na superfície escolhida, ou podem ser expostos sobre um pino em madeira.
Abaixo, os pássaros antes de serem queimados.

O medalhão terminado

Após pintados os desenhos, são todos contornados com tinta preta e pincel bem fino. Todo erro pode ser corrigido ou apagado.

O medalhão acabado

As cores neste estágio aparecem acetinadas e só vão ter brilho quando for passado o esmalte transparente.

Barcos em Creta

Barcos em Creta - 40cmx50cm

Esta é uma das primeiras telas que terminei, depois de alguns anos sem pintar, em 2016. Dos lugares que mais me atraem, a Grécia é um deles. Uma pequena enseada na ilha de Creta, de vida simples e calma, antes que o turismo desenfreado poluísse todos os lugares belos do mundo.

Pintura do medalhão

O desenho é preenchido com as cores respectivas (corantes) na consistência como sai do frasco, para cobrir bem. Repassar sempre para não ficar marcas do pincel. Se um pouco de tinta passar das bordas, pode ser apagado facilmente com lápis-borracha, depois de seco. Após  terminado, as linhas vão ser reforçadas com tinta preta e pincel fino.

There e Marina

Durante alguns anos estive sem pintar telas, dedicando-me mais à cerâmica e à escultura. A partir de 2016, voltei a pintar mais regularmente e esta foi uma das primeiras obras que concluí. Presenteei à minha amiga escultora There Amaral (artesthere@hotmail.com) que me ensinou tudo o que sei sobre preenchimento em resina e produção de moldes. A pintura simboliza ela e a filha, que tanto amam o mar.

Começo da pintura

A pintura do vaso é começada na direção de cima para baixo. O vaso está num suporte especial por causa do peso, mas pode ser pintado também no colo. As cores usadas aqui são da marca Duncan, importadas, em tons de azul, amarelo e verde azulado. São chamadas de corantes, e ficam sob o esmalte que será passado depois, numa cobertura transparente total.

Vasinho guarda-chuva

De uma bela mensagem de Whatsapp, enviada por um amigo, tive a idéia de modelar um vaso de parede em cerâmica. A peça foi feita com uma placa de argila sobre um molde de gesso e o cabo modelado com a ajuda de um extrusor. Depois de seca por cerca de 15 dias, foi finalmente queimada e pode agora ser pintada e esmaltada.

A peça foi riscada, adaptando o medalhão e os demais desenhos da foto de referência, ao formato de meu vaso, um pouco diferente do original. O risco é transferido com carbono, como no caso e depois corrigido a lápis. Riscos mais simples podem ser feitos diretamente à  mão livre , com lápis NÂO GORDUROSO.

Regata

Esta foi minha primeira tela de 2020, celebrando o verão. É um formato que não estou acostumada a pintar (painel), que não necessita moldura. Mas se adaptou bem a uma parede longa . É um tamanho não usual, 30cm x 100,00cm . Recordação de uma época ante-pandemia, quando tínhamos direito ao mar e ao vento. Acervo pessoal.

Novo vaso

Após vários anos sem pintar peças grandes, resolvi pintar um vaso marroquino para jardim. Mostrarei  o processo, se por acaso alguém se interessar pela arte. A peça é chamada biscoito e precisa ser levemente lixada e limpa com esponja úmida antes de ser riscada a lápis.

De volta ao blog

Neste início de inverno, ano da pandemia, resolvi reviver meu blog, que esteve inativo por vários anos. Coincidentemente, recebi de minha amiga Rina a foto de uma de minhas primeiras telas, pintada para sua mãe e conservada até hoje por ela. Pela casualidade deste fato, resolvi iniciar com ela minha nova série de postagens.

Palhaço- 1971