Manhã em Porquerolles
73 x 54cm
Este blog é dedicado a todos os meus amigos artistas ou não, para divulgar meus trabalhos e manter uma rede de solidariedade no difícil caminho da arte.
Aqui termina esta demonstração, com o mês de outubro. Agradeço a quem me acompanhou e gostou e peço excusas a quem achou monótono ou muito longo. Foi um compromisso diário para tentar conviver com a pandemia que assola a humanidade e não parece terminar tão breve.
Continuarei com a escultura a quem interessar, de maneira mais espaçada. E continuarei postando meus trabalhos à medida que for realizando, dependendo do tempo e vontade.
Coloco uma plaquinha de cerca de 0,5 mm no centro da coroa em direção à nuca e ao decote para marcar o comprimento do cabelo. Vou colocando mechas levemente torcidas em direção às orelhas e depois acrescendo o cabelo torcido até o centro da parte de trás da cabeça.
Refaço a mistura do cinza do banco com azul cobalto e amarelo ocre e um pouco de azul ultramar e bastante branco para chegar no tom. Retoco todo, acertando a perspectiva e alguns detalhes do desenho.
Com a mistura da parede corrijo partes da estrutura do banco.
Clareio com bastante branco a mistura de base da rua e passo com pinceladas largas, depois intercalo com um pouco de siena queimada para quebrar o frio do cinzento. Para o tufo de vegetação que nasce entre as lajotas uso um verde mais acinzentado, partindo do azul cobalto .
Um toque especial para dar vida ao chão monótono é a colocação de flores espalhadas pelo vento. Faço o fundo com magenta puro e um pouco de branco e as luzes com branco com toques de magenta e rosa permanente. Depois estendo as sombras levemente com lilás. Corrijo a sombra e a perna da cadeira
Refino também o tecido da cauda do vestido, cujas dobras ainda estão muito grossas e acerto as depressões e contornos. Com dia frio é preciso usar calor para a plastilina fluir melhor.
Depois de colocar mais uma dobra com rolinho, destaco o pé direito para trabalhar melhor a curvatura e o calcanhar.
Completo a sombra da janela com azul ultramar+ carmim e amarelo ocre. Faço o galho saliente com o verde escuro (azul ultramar+amarelo de cádmio) com pincel filete e uso o mesmo para marcar as sombras na parede. Uso minhas misturas de verdes anteriores para traçar as folhas aleatoriamente e marcar as partes de luz. Misturo magenta com um pouco de branco e dou toques de flores ao longo do galho.
Volto a fazer a mistura da sombra do portão e acrescento em partes que faltaram e também aumento porções de galhos que se projetam para fora com os mesmos verdes. Para a sombra da calçada reduzo o carmim e substituo com sombra natural.
Faço o fundo da planta do vaso com azul ultramar e amarelo de cádmio e as partes em luz com amarelo de cádmio + um pouco de azul ultramar e branco. Para as flores apenas faço manchas vermelhas como se apresentam, de maneira bem impressionista, usando vermelho de cádmio médio.
Completo a parte que faltou com outra placa sob a axila direita e trabalho este local. Faço o mesmo na lateral esquerda e acerto em direção ao busto. Coloco mais plastilina amolecida nas dobras do ombro esquerdo para dar mais volume ao tecido.
Para fazer a sombra das folhas que se projeta sobre o vaso uso o próprio sombra natural, que é uma cor fria clareada com um pouco de nápoles e desenho diretamente com o pincel. Depois, com o tom do vaso, abro luzes na própria sombra. Isto precisa ser feito com muita delicadeza, senão a tinta pode puxar o tom de baixo e borrar não ficando pura.
O verde claro das folhas é feito com amarelo de cádmio esverdeado com um toque de azul ultramar. Para as flores uso o vermelho de cádmio médio como foi feito com as buganvílias, sendo o tom mais escuro mesclado com siena queimada . Para as flores na sombra uso toques desta mistura. Clareio a calçada com amarelo nápoles e branco e um toque de azul ultramar.
Continuando, com a mistura quase branca, faço a linha superior de luz das travas e pinto os cravos com pincel filete em movimentos rotatórios. Com a mesma cor escura acima, faço semicírculos à esquerda para indicar a sombra.
Em seguida modelo o cântaro que vai ser colocado no colo e sustentará os braços. Para isso usei um pequeno vidro de conserva grego, de onde tirei um meio molde de gesso. Com uma placa de plastilina com cerca de 0,5 mm prensei duas partes separadamente sobre o molde e uni para formar o vaso, como visto nas fotos abaixo:
Depois trabalho todo o modelo, alisando e tirando as imperfeições e aumentando as alças que não saíram perfeitas.
Julgando melhor os valores, achei que faltou contraste entre a sombra e a parede. Reforcei o tom da sombra sob as telhas e refiz o tom da parede para mais claro, usando o mesmo vermelho de cádmio com amarelo ocre e um pouco mais de branco de titânio. Começo a pintar sobre a janela, modelando o ondulado das telhas . Refaço também para mais claro o tom das janelas, com verde esmeralda neutralizado com vermelho de cádmio e branco. Pinto com esta cor as duas folhas da janela, e clareio com branco a mistura para fazer as travas com pinceladas horizontais e pincel chato.
Pinto as folhas claras com toques de pincel redondo ao longo das folhagens e entre as flores. Com o pincel filete faço o último galho que se projeta sobre a chaminé.
Coloco um rolinho de um lado a outro das nádegas, porque o tecido tem a tendência de esticar nestas protuberâncias. Aliso e fundo com instrumento de metal, para mais tarde trabalhar definitivamente.
Sempre na busca da profundidade, volto com o tom escuro entre as flores de tom médio. Com o tom mais escuro faço "nascer" flores onde não existiam para prolongar a floração da planta, e então cubro com os claros, formando novos volumes de flores.
Com pincel redondo, faço uns detalhes de folhas com a tinta mais clara e continuo descendo e ampliando o pé de buganvília com o tom de base e depois colocando os médios e as luzes, como já foi feito acima.
Nas fotos abaixo, as cores preparadas para esta etapa:
Para as folhas: tom escuro: azul ultramar + amarelo de cádmio puros
tom médio: a mesma mistura com mais amarelo
tom claro : a mesma mistura, partindo do amarelo e esverdeando com um pouquinho de azul.
Para as flores: tom escuro: magenta puro com um pouco de branco
tom médio: a mistura acima com mais branco
tom claro : branco de titânio com um pouco da mistura acima
Aqui, por se tratar de primeiro plano, uso as cores puras , sem neutralizar com as complementares.
Resolvi fazer a saia mais longa para cobrir o joelho e coloco nova porção de massa. Volto para o encontro da coxa e trabalho as dobras ali. Com o boleador, escavo pregas junto à cintura, para começar a modelar o franzido.
Com pedaço de saia previamente modelado, cubro a pedra com a plastilina e encaixo sob o pé esquerdo. Amoleço mais a plastilina e trabalho as dobras com esteca de madeira. Com a ponta da esteca corto o excesso da saia fazendo as curvas. Continuo acertando e modelando as dobras. Com uma tesoura, corto um triângulo para inserir na parte interna entre as pernas que ficou sem tecido e aliso sobre a pedra fundindo com a outra parte.
Aumento também a parte direita da saia. Corto a plastilina excedente em direção à coxa e começo a alisar as formas. Tiro o excesso com a esteca raspadora. Ajusto por baixo da coxa a sobra de tecido e coloco mais massa sobre o pé para dar continuidade à saia. Continuo colocando mais volume e embutindo embaixo do corpo.